segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Ela desculpou-se por ter negligenciado esse detalhe, dizendo que nenhum de seus desenhos realmente emanava dela, mas que somente fluíam através de suas mãos. Quando desenhava, nunca tinha a impressão de algo particular que pudesse ser transmitido ao papel. Disse, confirmando assim suas afirmações anteriores, que era como se rostos viessem em sua direção de algum lugar do espaço, emergindo da branca extensão do papel à sua frente. Sua mão começava a desenhar, e os rostos começavam a aparecer e a olhá-la do bloco de desenho. Não podia dizer de onde eles vinham. Juntos, a paciente e o analista encontraram um nome para essa bonita máscara: "Dama do Carnaval". O terapeuta ousou perguntar se este novo rosto não poderia representar uma esfera da vida da qual ela sempre havia se excluído (o lado relacionado com as potencialidades eróticas e femininas de mulher adulta) e que agora estaria tentando se revelar. Logo depois, foi invadida por rostos de meninas, nebulosos e indefinidos, parecendo abertos a tudo, e que sua mão transmitiu automaticamente ao papel. A seguir, para sua grande surpresa, figuras de prostitutas esboçaram-se no bloco de desenho (Figs. 9, 10 e 11.)

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